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Pesquisadora de Mato Grosso é escolhida para exposição da revista científica mais importante do mundo, em Londres


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Somente duas brasileiras fizeram parte da exposição da revista Nature, entre elas a bióloga Cristina Cuiabália, que atuou no combate aos incêndios no Pantanal, em 2020

A exposição realizada neste ano pela Revista Nature, em Londres, reuniu registros marcantes de 40 pesquisadores de todo o mundo em seus ambientes de trabalho. Apenas duas brasileiras foram escolhidas para compor a mostra do periódico científico mais importante do mundo, entre elas a pesquisadora e gerente-geral do Polo Socioambiental Sesc Pantanal, Cristina Cuiabália, fotografada durante o combate aos incêndios no Pantanal de Mato Grosso, em 2020.
A Nature trabalha com cientistas, pesquisadores, profissionais de saúde e educadores em todo o mundo. O premiado artigo fotográfico Where I Work (Onde eu trabalho) celebra os muitos papéis e tipos de pesquisa realizados por cientistas em todo o mundo e desafia percepções estereotipadas sobre o que um cientista faz e sua aparência.
A imagem da fotógrafa Maria Magdalena Arréllaga selecionada para a exposição foi publicada naquele mesmo ano, no artigo Where I Work. Ela mostra a bióloga no topo de um caminhão-pipa liderando a equipe de brigadistas da maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do Brasil, a RPPN Sesc Pantanal, uma iniciativa do Sistema CNC-Sesc-Senac. Localizada em Barão de Melgaço (MT), a Reserva foi uma das áreas atingidas pelo pior incêndio já registrado no bioma.
Cuiabália visitou a exposição que teve como cenário a estação londrina de King’s Cross. “Fiquei muito honrada com a escolha pois, de alguma maneira, a gente se sente representando tantas vozes da ciência brasileira, tantos pesquisadores que também estão nessa luta pela natureza. Fazemos pelo território, pelo lugar, pela nossa intenção de deixar um legado e de fazer algo bom para o planeta e para as pessoas. Mas, quando essa voz ecoa para tão distante, de uma forma tão inesperada, é uma emoção e um grande privilégio. Eu fiquei muito feliz”, afirma a bióloga.
A história de Cuiabália no Pantanal começou na infância e continuou com a carreira profissional. Doutora em Ciências pelo Programa de Pós-graduação em Ciência Ambiental da Universidade de São Paulo (PROCAM-USP) e mestre em Mestre em Geografia e Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), ela é bióloga e atua há quase 20 anos no Sesc Pantanal. A maior parte desse tempo foi destinado à gerência de pesquisas realizadas nas três áreas naturais da instituição, sendo a principal delas a RPPN Sesc Pantanal.
A Unidade de Conservação tem 108 mil hectares e é a maior do Brasil, considerada um importante laboratório a céu aberto. No local, já foram realizadas mais de 100 pesquisas sobre o bioma e a principal coleção de pesquisas pode ser acessada pelo site www.sescpantanal.com.br.
De acordo com Cuiabália, fazer pesquisa vai além do estereótipo do laboratório. “Unir a academia e o conhecimento popular para estudar a rica biodiversidade do Pantanal nos ajuda a entender esse bioma, a melhor forma de conservá-lo, bem como o melhor jeito de viver nele. Por isso, o trabalho com a pesquisa é tão importante e precisa ser cada vez mais conhecido. Popularizar os resultados também faz parte do processo e o Sesc Pantanal sempre realiza eventos que reúnem pesquisadores e a sociedade. Quanto mais conhecemos o Pantanal, mais gostamos e queremos proteger toda a vida presente nele. Isso é pesquisa, isso é educação socioambiental”, conclui.

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